• Barbosa do Cabeça*
     Mestre Barbosa 
    19?? - 19??

    O ABC

    19?? - Nasceu em Cachoeira, Bahia.

    1937 - No 14 de janeiro participou da roda de capoeira do II Congresso Afro-Brasileiro em Ribeira, Salvador (veja a foto abaixo e leia mais aqui). No mesmo ano aparece no livro Negros Bantus de Edison Carneiro como um dos informantes sobre capoeira de Angola. Como nos jornais sobre o evento e no livro o nome dele aparece logo atrás do Querido de Deus, podemos deduzir proeminência dele.

    1943/4 - Começou ensinar M João Pequeno na academia de M Cobrinha Verde em Chame-Chame.

    1953 - M João Grande encontrou ele numa roda na Roça do Lobo em Salvador.

    19?? - Faleceu.

    * Rua do Cabeça, bairro Dois de Julho, Salvador.

    Foto

    • Jogando M Barbosa (quadro vermelho) e M Juvenal
      II Congresso Afro-Brasileiro
      Ribeira, 1937
      Foto de Edison Carneiro

    M Barbosa


    O mapa de locais

    M Barbosa


    M Barbosa em memória

    • Edison Carneiro

      -

      Para escrever este livro, obtive o mais efficiente concurso [..] de Samuel "Querido de Deus", Barbosa e Zeppelin, quanto á capoeira de Angola.

      Negros Bantus, 1937

    • +

      Jornal Estado da Bahia

      Ás nove e meia da manhã, haverá, no campo de basket ball do Club de Regatas Itapagipe, uma demonstração de capoeira de Angola, luta fetichista dos negros bantus da Bahia. A "vadiação" será dirigida por Samuel Querido de Deus, considerado por seus pares como o melhor capoeirista da Bahia, e terá o concurso de Barbosa, Onça Preta, Juvenal, Zeppelin, Bugaia, Fernandes, Eutychio, Nenen, Zei, Ambrosio, Barroso, Arthur Mattos, Raphael, Edgard, Damião e outros adeptos da grande arte de Mangangá.

      Estado da Bahia, 13.01.1937

      Hoje, pela manhã, houve uma demonstração de capoeira de Angola no Club de Regatas Itapagipe, tendo tomado parte na 'vadiação' varios capoeiristas, inclusive Barbosa, Zeppelin, Bugaia, Onça Preta, Juvenal e outros.

      Estado da Bahia, 14.01.1937

    • +

      M João Pequeno

      [..] aprendizado [de João Pequeno] não iniciou em academia e sim com o carregador Barbosa, do Largo Dois de Julho, «que me levava pra treinar e sempre tinha roda de capoeira».

      Jornal da Bahia, 1982

      «Ele [um colega de trabalho] tinha um cumpade, que era capoeirista, o finado Barbosa. Era mestre de capoeira. Naquele tempo o mestre de capoeira era quem ensinava, quem tinha uma roda de capoeira. E só existia quatro pessoas naquele tempo que era classificado como mestre, que era o Cobrinha Verde, que tinha a roda de capoeira lá no bairro de Salvador chamado Chame-Chame. Era um bairro de pé de mangueira. Waldemar da Liberdade tinha uma roda, também de capoeira, mas era do passeio, era na rua. Quem tinha uma sede de capoeira era o mestre Bimba, capoeira Regional, que tinha a sede de capoeira. E o mestre Pastinha, que tinha essa sociedade, era uma sociedade, que chamava Centro Esportivo de Capoeira Angola.

      «E aí ele [o colega de trabalho] me apresentou lá ao Barbosa, que era cumpade dele. Depois onde ele me chamou, disse: «Vamo lá, que Barbosa tá aí! Vamo lá, que eu vou apesentar ele». Me levou lá, Barbosa aí, olhou pra mim, me olhou assim e perguntou: «Você quer aprender capoeira?». Eu naquele tempo ainda, tinha chegado do interior, tudo desconfiado, disse: «Eu quero». E aí ele disse, olhou pra mim [..] e disse: «Não se importa não, que você vai aprender capoeira». E desde então eu segui com ele. Agora ele não tinha lugar de ensinar. A gente ia pra roda de capoeira lá de Cobrinha Verde, nos dias de domingo. E lá ele me dava treino de capoeira. Ele me dava treino e ele dizia: «Vai olhando aí. Vai olhando porque você vai olhando, vai vendo e vai aprendendo». E aí onde tinha uma roda de capoeira a gente ia. Andei por São Tomé de Paripe, mas ele lá tinha um capoeirista que era cabo da polícia e chamava Chimba. E a gente ia pra lá, brincar capoeira lá na casa dele. E assim eu fui crescendo na capoeira».

      Faixa 6 do CD de M João Pequeno, 2000

      «Cândido tinha um compadre chamado Barbosa, um carregador, trabalhava na feira do Largo Dois de Julho. Procurando esse compadre pedi que ele me ensinasse capoeira».

      Uma vida de capoeira. M João Pequeno, 2000.

    • +

      M João Grande

      «Quando é um dia, tava passando na ponte que ligava o Tororó ao Garcia, e ali tinha a invasão Roça do Lobo. Cheguei lá e encontrei João Pequeno, Barbosa, Gordo, Cobrinha Verde, Tiburcinho, Manoel Carregador. E eu via os três paus dos berimbaus. Eu perguntei a Barbosa e a João Pequeno: - «O que é isso?» E eles: - «Isso é capoeira!»»

      Entrevista a Abelha (Poloca), 2004

      «Um dia de domingo tava lá no Tororó e depois eu desci. Lá embaixo era a Roça do Lobo, um bairro onde só tinha pobre morando lá, pobre mesmo. Eu cheguei e de cá de cima eu vi uma rodinha. Quando eu desci encontrei lá uma roda e três pauzinho balançando, mas eu não sabia o que era capoeira. Eu perguntei assim pro finado Mestre Barbosa: «Meu sinhô, o que é isso? «É capoeira»».»

      Entrevistas a Maurício Castro, 2001 e 2005

    • +

      M Waldemar

      «[..] Barbosa do Cabeça carregador da pesada, o capoeira de melhor técnica que já vi [..]».

      Diário de Notícias, 1970

      «Agora eu encontrei aqui um capoeirista, a gente empatava no jogo, empatava na voz e no canto. Chamava esse Barbosa. Ele era carregador no Cabeça, aqui na [..]. Ele era carregador. E era filho de Cachoeira, mas ele tinha uma voz filha da puta. Empatou comigo. Onde a gente chegava na capoeira, ele dizia: «Você canta uma ladainha, que eu canto a minha.» Eu cantei o ABC do Riachão. Nesse eu ganhei, porque não pegou. O ABC de Riachão não cantou. Quando cantei a Vilela, ele não cantou. Mas tinha voz! Ele tinha voz. Mas ABC de Riachão ele não cantou. A Peleja do Riachão com Diabo ele não cantou, porque não pegou a letra toda. Ele cantava outras ladainhas. Mas as minhas que introduzi de livro, dessas histórias que o livro tem, ele não pegou. Pedro Cem ele não pegou. Quem introduziu foi eu aqui na Bahia. É uma ladainha bonita danada.»

      Entrevista a M Negoativo, 1987

      «Mais do que eu não vi ninguém jogar. Mas vou dizer a você, uns que já morreram: Barbosa, Onça Preta – esse tá no Rio, velho, mas tá vivo – Eutíquio, pai de Gato Preto, Daniel jogava capoeira, mas não era essa coisa toda.

      [..]

      «Eu achei um cantador de capoeira aqui, que agente emendou os bigodes. Ele tinha uma voz como a minha. Até o pessoal dizia que ele parecia comigo, o finado Barbosa, do Cabeça. Cantava muito e jogava muito. Um cachoeirano. Era bom mestre.»

      Entrevista a M Luiz Renato, 1989

    • +

      M Noronha

      [Finado] Barboza caregador de canto Largo 2 de Julho.

      Manuscritos de M Noronha, 1976


Flickr Fotos

    Atualizações do blog direto a seu inbox

    Back to Top