• 82
    Valdomiro Pereira
     Mestre Waldomiro Malvadeza 
    9/nov/1941






    O ABC

    1941 - Nasceu no 9 de novembro, filho de José Felipe Pereira e Juliana Maria Pereira.

    1961 - No 24 de julho foi admitido à academia de M Pastinha; no 14 de outubro participou da festa de Kibon em Rio.

    1963 - Participou no video francês "La Capoeira" da escola de M Pastinha na praia de Itapoã.

    1969 - Foi gravado por o LP da Academia de M Pastinha (escuta abaixo). Também aparece em algumas fotos junto com M Pastinha e outros alunos dele (veja abaixo).

    1970 - Tem foto dele junto com outros alunos de M Pastinha na revista O Cruzeiro.

    1999 - Tem algumas fotos dele participando da roda de ABCA no Largo do Cruzeiro de São Francisco.

    2006 - Aparece na foto junto com CM Rouxinol.

    PS Malvadeza não se encontra nas famosas fotos do grupo da Academia de M Pastinha de 1963 (mas fez parte do video da praia em 1963), nem participou na viagem a Africa em 1966.




    📻 Velhos Mestres

    M Pastinha, ladainhas e corridos Waldomiro Malvadeza em 1969!
    < >
    • 01.
      Maior é Deus
      5:27
    • 02.
      Eu já vivo enjoado
      5:54
    • 04.
      Eu vou ler meu ABC
      7:27
    • 05.
      Eu nasci pra capoeira
      8:16

    M Pastinha e Waldomiro Malvadeza em 1969



    Imagens

    • Em pé:
      Careca,
      Rosalvo,
      Valdomiro Malvadeza,
      Branquinho,
      Bola Sete
      Jogando: Escutinho e Getúlio Cabeção
      Nov de 1969
      Pelourinho, Salvador

    • Em pé: M Raimundo Natividade (de Pastinha),
      M Bola Sete,
      ?,
      M Gato Preto,
      M Pedro Feitosa
      Sentados: M Pelé da Bomba,
      M Gigante,
      M Waldomiro Malvadeza (de Pastinha),
      M Gildo Alfinete,
      M Lua Rasta,
      M Pintado do Bongô (agogô),
      M Lázaro (reco-reco),
      ? (atabaque).
      Em pé: M Valdec (de camisa amarela, atrás do M Pintado),
      M Mala,
      Prof Colmenero (aluno do M Pastinha, de óculos atrás do M Mala)
      Jogando: ? e ?
      Roda do Milênio da ABCA
      Largo do Cruzeiro de São Francisco, Salvador
      Dezembro 30, 1999
      Acervo: M Pedro Feitosa

    • Em pé: M Raimundo Natividade (de Pastinha),
      M Bola Sete,
      ?,
      M Gato Preto,
      M Pedro Feitosa
      Sentados: M Pelé da Bomba,
      M Gigante,
      M Waldomiro Malvadeza (de Pastinha),
      M Gildo Alfinete,
      M Lua Rasta,
      M Pintado do Bongô (agogô),
      M Lázaro (reco-reco),
      ? (atabaque)
      Em pé: M Valdec (de camisa amarela, atrás do M Pintado),
      M Mala,
      Prof Colmenero (aluno do M Pastinha, de óculos atrás do M Mala)
      Jogando: ? e ?
      Roda do Milênio da ABCA.
      Largo do Cruzeiro de São Francisco, Salvador
      Dezembro 30, 1999
      Acervo: M Pedro Feitosa

    • M Pelé da Bomba,
      M Waldomiro Malvadeza (de M Pastinha),
      M Gato Preto,
      Prof. Colmenero (de M Pastinha),
      Dr. Genaldo Lemos Couto (aluno do M Pastinha, irmão do M Gildo, conselheiro da ABCA),
      M Boa Gente,
      Dr José Augusto Leal (diretor do Forte da Capoeira),
      M João Pequeno,
      M Mala,
      M Gildo Alfinete,
      M Gigante,
      M Raimundo Natividade (Raymundo das Virgens Natividade, aluno de M Pastinha)
      Roda do Milênio 1999
      Dezembro 30, 1999
      Pelourinho - Salvador
      Acervo do M Gildo Alfinete

    • Genésio Meio Quilo,
      M Boca Rica,
      Prof. Colmenero,
      M João Pequeno,
      M Gildo Alfinete,
      M Waldomiro Malvadeza
      Roda do Milênio 1999
      Dezembro 30, 1999
      Pelourinho - Salvador
      Acervo do M Boa Gente

    • M Raimundo Natividade,
      M Bola Sete,
      M Boca Rica,
      M Gildo Alfinete,
      M Meio Quilo,
      Prof. Colmenero,
      M João Pequeno,
      M Waldomiro Malvadeza
      Roda do Milênio 1999
      Dezembro 30, 1999
      Pelourinho - Salvador
      Acervo do M Bola Sete

    • M Raimundo Natividade,
      M Bola Sete,
      M Waldomiro Malvadeza
      Roda do Milênio 1999
      Dezembro 30, 1999
      Pelourinho - Salvador
      Acervo do M Bola Sete


    • M Boca Rica,
      M Gildo Alfinete,
      M Meio Quilo,
      Prof. Colmenero,
      M João Pequeno,
      M Waldomiro Malvadeza
      Roda do Milênio 1999
      Dezembro 30, 1999
      Pelourinho - Salvador
      Acervo do M Gildo Alfinete

    • ?,
      M Barba Branca,
      Prof. Colmenero,
      M Boa Gente,
      M João Pequeno,
      M Raimundo Natividade (encoberto),
      M Waldomiro Malvadeza,
      M Gildo Alfinete,
      M Mala,
      Dr José Augusto Leal
      Roda do Milênio 1999
      Dezembro 30, 1999
      Pelourinho - Salvador
      Acervo: Cristiano Gallep

    • M Bola Sete,
      M Waldomiro Malvadeza,
      ?,
      ?,
      ?
      1999?
      Pelourinho - Salvador
      Acervo do M Gildo Alfinete

    • Sentados:
      ? e M Pastinha
      Em pé:
      M Waldomiro Malvadeza,
      M João Pequeno,
      ?
      24 de fevereiro de 1969
      A Tarde (BA)

    • Jogando:
      M Gildo Alfinete e M Roberto Satanás
      Berimbau: M Waldomiro Malvadeza
      1970
      Acervo: M Gildo Alfinete

    • CM Rouxinol e M Waldomiro Malvadeza
      2006
      Acervo: CM Rouxinol

    • O registro de Valdomiro Pereira no livro de registros de M Pastinha
      Acervo: M Bola Sete

    M Waldomiro Malvadeza


    M Waldomiro com M Pastinha e outros em 1963

    M Waldomiro et al


    Historias e Estorias da Capoeiragem
    Mestre Bola Sete
    2006

    • Waldomiro Malvadeza

      -

      Na década de sessenta, a Escola do Mestre Pastinha, já em processo de decadência devido à sua cegueira, era comandada, por direito, pelo seus dois alunos e contramestres João Pereira dos Santos (João Pequeno) e João Oliveira dos Santos (João Grande) e, de fato, pelo capoeirista Waldomiro Malvadeza, também seu aluno, conhecido pela sua valentia e pelo temperamento explosivo que possuía, apesar de ser bastante franzino e de pequeno estatura, parecido com o Mestre Pastinha em sua juventude, e o único que possuía uma ginga e um jogo quase idêntico ao do seu mestre. Por qualquer "decá uma palha" ele já partia para a agressão fìsica, embora conservasse o sangue frio. Era do tipo que costuma-se rotular "sangue quente e cabeça fria". No entanto, sua condição de líder era incontestável. Quando encontrava-se tocando berimbau e cantando, todos procuravam dar tudo de si no acompanhamento, pois sabiam que ele não admitia corpo mole, e se notasse alguém tocando algum instrumento ou fizesse parte do coro sem entusiasmo, colocava-o imediatamente para fora do grupo, pois tinha autoridade para isto na qualidade de contramestre de bateria. Inclusive era ele que, muitas vezes, comandava os integrantes da Academia nas demostrações fora da sede, principalmente nas festas populares da Bahia, onde o seu espírito de liderança e a sua firmeza nas atitudes se faziam necessárias. Foi ele também, juntamente com Raimundo Pequeno, que aparecem como cantadores do disco do Mestre Pastinha, gravado em 1966 [na verdade em 1969 - escute acima!].

      Certo dia, resolvi sentar-me para tocar berimbau no banco de bateria, composta naquele instante pelos capoeiristas Branquinho, Raimundo Pequeno, Lisboa, Gaguinho, Jota

    • +

      página 2

      Angoleiro, Arlindo Veneno e Juracy, que embora não fosse capoeirista, era um excelente tocador de agogô, integrante do Afoxé Filhos de Gandhy.

      Ao tenta acompanhá-los levei uma cotovelada de Branquinho, que ordenou que me retirasse, pois ainda não me encontrava em condições de participar do grupo de instrumentistas. Retirei-me contrariado e procurei o Mestre Pastinha, que se encontrava sentado no banco de madeira que ficava junto a janela que dava para a rua, e contei-lhe o sucedido. Ele então mandou que eu tocasse o instrumento para ele ouvir. Dei início aos acordes, sendo logo interrompido pelo mestre, que comprovou o erro. Neste instante foi chegando Waldomiro Malvadeza para cumprimentar-nos e perguntou-me o que estava se passando. Coloquei-o a par do assunto e ele prometeu ensinar-me a tocar berimbau. Mais tarde, com dois berimbaus nas mãos, mandou que eu o acompanhasse até o fundo da Academia. Lá chegando sentamos lado a lado num banco de pedra, junto à casinha de Exu, pois antigamente ali funcionava um terreiro de candomblé, e ensinou-me os dois toques fundamentais: São Bento Grande de Angola e Angola Pequena.

      - Agora pode ir lá pra sala e sentar na bateria. Quero ouvir se alguém abre a boca pra dizer que você não toca berimbau!

      Desta vez mais confiante, pois tinha consciência do que estava fazendo, sentei-me novamente na bateria ao lado de Branquinho e assim que comecei a tocar, recebi outra cotovelada dele, ordenando-me mais uma vez para retirar-me pois eu não sabia tocar berimbau. Malvadeza, que a tudo assistia, interrompeu a execução, segurando o arame do berimbau de Branquinho e perguntou-lhe com que autoridade ele afirmava que eu não tocava berimbau.

      - Ou será que você acha que eu não sei ensinar?

      Branquinho pediu mil desculpas, a Malvadeza e a mim,

    • +

      página 3

      e a bateria prosseguiu afinada, agora formada por mais um componente.

      A partir deste episódio, nos tornamos amigos, e sempre que saíamos da Academia parávamos para bebermos uma cervejinha no bar do Nêgo Fua, no Maciel de Cima. Numa dessas saídas, encontramos um sujeito conhecido pelo apelido de Sergipinho, marginal procurado pela polícia, embora fosse uma pessoa muito educada e nos tratasse com respeito, o qual nos acompanhou até o nosso destino e ficou bebendo ao nosso lado. Waldomiro, que não queria ser grosseiro com Sergipinho, resolveu que tomaríamos só aquela cerveja e irìamos embora, pois seria perigoso continuarmos ali em companhia de um elemento que certamente era bastante visado naquele ambiente.

      Estávamos pagando a conta, quando quatro policias entraram no estabelecimento e deram voz de prisão a Sergipinho. Na confusão, todas as pessoas que se encontravam no local trataram de fugir para não se comprometeram. No entanto, Malvadeza identificou-se como ex-policial e passou a exigir que soltassem o marginal, alegando que ele estava em sua companhia e que desta maneira ninguém o molestaria. Depois de muita discussão e ameaças de ambos os lados, prevaleceu o bom senso do policial que comandava o grupo, que já conhecia Malvadeza de longas datas e, percebendo que não sairia barato a prisão do meliante naquele momento, resolveram que sairiam sem levar o prisoneiro. Sergipinho, comovido com aquela atitude, agradeceu a Waldomiro e tratou de retirar-se.

      Saímos do bar e fomos andando rua acima em direção ao Terreiro de Jesus. Lá chegando resolvemos tomar mais uma cerveja na Cantina da Lua. Enquanto papeávamos notei, do outro lado, perto do chafariz, Sergipinho passando algemado acompanhado pelos quatro agentes. Virei-me em direção a Malvadeza, receando uma nova reação do meu amigo contra

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      página 4

      os policias, mas ele encontrava-se encostado junto à parede observando a cena, imperturbável.

      Em um domingo ensolarado, o casarão de n 19 no Largo do Pelourinho encontrava-se cheio de turistas aguardando a demonstração de capoeira que seria apresentada pelos discípulos do Mestre Pastinha e alguns capoeiristas convidados. Inicialmente o mestre fez uma palestra sobre a origem da luta e quando preparava-se para ordenar o início da apresentação, foi interrompido por um dos turistas presentes, que sempre nos visitava, lançando um desafio ao mestre para que designasse o seu melhor aluno para enfrentá-lo, assegurando desde já, que considerava a capoeira uma dança.

      Antes que o mestre pudesse responder-lhe, Malvadeza pediu licença e prontificou-se a enfrentar o desafiante, o que ele não concordou, pois ia de encontro aos seus princípios de não aceitar desafios, tendo a capoeira como instrumento de defesa pessoal para ser utilizada em última instância. No entanto, o cidadão continuou a insistir no desafio, deixando transparecer nitidamente a sua intenção de desmoralizar o mestre e a sua Escola. Diante das circunstâncias, ele autorizou Malvadeza a enfrentá-lo sob o incentivo de todos os presentes.

      O desafiante aproximou-se e quando tentava avançar em sua direção, Malvadeza inesperadamente aplicou-lhe uma série de rabos-de-arraia que o deixou paralisado diante da surpresa e velocidade do ataque. Ao finalizar a série de golpes, o visitante recusou-se a continuar a luta argumentando que o enganaram, pois o que tinha presenciado antes, nas suas constantes visitas, parecia mais uma dança, com os golpes passando em "câmera lenta". Logo em seguida retirou-se da Academia, reconhecendo agora o potencial que angola representa, proporcionando aos seus participantes em excelente meio de defesa, onde a flexibilidade é mais importante que a força bruta, onde a malícia predomina sempre.


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